“Movimento” segundo disco de Aline Frazão já à venda.

“Movimento” é o segundo álbum da cantora e compositora angolana Aline Frazão, editado a 20 de maio, em Portugal pela Ponto Zurca e na Europa pela Coast to Coast.

Para além dos temas da sua autoria, “Movimento” conta com uma parceria inédita com o poeta e letrista angolano Carlos Ferreira “Cassé” e com um poema de Alda Lara musicado por Aline. A acompanhar a cantora e compositora angolana estão Marco Pombinho (piano e Rhodes), Francesco Valente (baixo e contrabaixo) e Marcos Alves (bateria e percussão). O álbum, com produção da própria, conta ainda com a participação dos músicos cabo-verdianos Miroca Paris (percussão) e Vaiss Dias (cavaquinho e guitarra 

Aline Frazão – “Tanto” from Aline Frazão on Vimeo.

Próximos concertos:

30, 31 de Maio e 1 de Junho – Luanda | 7 de Junho – Serpa, Encontro de Culturas | 28 de Junho – Loulé, Festival Med | 20 Julho – Lisboa, Festas da Mouraria, Largo do Intendente | 24 Julho – Sines, Festival de Músicas do Mundo | 23 de Agosto – Santa Maria, Açores, Festival Maré de Agosto

Nota da artista:

Este disco foi mesmo um movimento, uma corrente que juntou muitos talentos e amizades. Todo o mundo deu muito do que tem dentro. O trabalho foi intenso e intensivo, interagindo com o relógio, com as emoções, com o cansaço e até com o clima desta primavera cinzenta. Movimento é um álbum que leva muita vida dentro. Uma das marcas deste trabalho é a pouca quantidade de takes em tudo, desde a música às fotos da capa. Foi um movimento quase analógico na forma de ser. Em estúdio, nunca foi objectivo atingir um som perfeito; um equilíbrio, sim. Uma verdade simples, sim. Na composição, tentei não dar demasiadas voltas às músicas e deixar que elas me pedissem o que faltava, no dia seguinte. Compus e arranjei os temas a pensar nos instrumentos mas até aí, depois, houve surpresas. O improviso permite isso. Assim, não foi um álbum muito premeditado e só se fechou mesmo no fim da linha, nas misturas. Confiei muito no talento de todas as pessoas que tinha ao meu lado, no espontâneo, na ideia imprevista e nas próprias canções: elas sustentam tudo. Os músicos fizeram um trabalho muito bom e a comunicação foi se aprimorando ao longo do processo. As músicas respiram e os instrumentos escutam-se. Há uma conversa bonita entre o baixo e o piano, entre a guitarra e a percussão. Sentem-se também as ilhas de Cabo-Verde nestas músicas. A participação do Vaiss e do Miroca Paris vêm dar forma e continuação à minha primeira viagem a Cabo Verde, no ano passado.

Sente-se muito a cidade de Luanda, que é quase uma personagem invisível em todas as canções. Muitas delas foram escritas lá. Por isso talvez as músicas tenham essa forte presença do olhar, por vezes isolado e em silêncio, por vezes mais participante e misturado.

Por outro lado, sinto que este disco faz parte de algo maior porque cada vez mais me sinto acompanhada. Há muita gente com quem me identifico, gente que me inspira, gente com quem interajo quase invisivelmente. Em Angola, sinto que há uma nova força criativa, transversal a todas as artes, que se vai organizando e ganhando espaço, dizendo o que tem para dizer, deixando as velhas conversas intermináveis e passando para a acção e para a expressão. A resposta está no colectivo. Queremos. Pensamos. Sentimos. Fazemos. Movimento é isso.

 

 

Lloyd Cole Danças Ocultas & Dom La Nena confirmados para o Misty Fest

Danças Ocultas & Dom La Nena: 13 Nov – Centro Cultural de Belém, Lisboa 21:00 – clique para comprar

Depois do sucesso da tour de 2012, que percorreu quase todo o país, o grupo Danças Ocultas e a cantora e violoncelista Dom La Nena voltam a juntar composições e instrumentos para criarem em palco uma fusão profundamente original.

Artur Fernandes, Filipe Cal, Filipe Ricardo e Francisco Miguel, os Danças Ocultas, utilizam o acordeão diatónico, vulgo concertina, para dar sopro às suas composições, distinguindo-se não só pela formação singular mas, sobretudo, pela profunda originalidade da música que criam. Dom La Nena, a brasileira Dominique Pinto, é uma jovem, mas reputada violoncelista e cantora cujo talento já a levou a ser requisitada para digressões com notáveis como Jane Birkin. O seu recém-editado disco de estreia, Ela, conta com produção de Piers Faccini e tem tido as melhores críticas por parte de importantes meios de comunicação internacionais como o New York Times ou Les Inrockuptibles. Com um fôlego musical que se estende da música erudita à música popular brasileira e mais além, Dom é assim a parceira ideal para os também dotados de generosas vistas Danças Ocultas.

Juntos em palco, os Danças Ocultas e Dom La Nena interpretarão novos arranjos para obras assinadas por ambos, dando uma nova perspectiva à música que criaram. Voz, violoncelo e concertinas – sopros diferentes, mas uma idêntica paixão pela música numa apresentação singular e imperdível.

 

Lloyd Cole: 7 Nov – Cinema São Jorge, Lisboa, 21:30 – clique para comprar

A carreira de Lloyd Cole estende-se ao longo de décadas e o fator mais constante tem sido a integridade da sua visão artística e uma capacidade tremenda de não comprometimento da qualidade do seu material. Tem sido assim desde o início e quem tem ganho com isso têm sido as canções. É exactamente com a companhia desses  30 anos de canções que Lloyd Cole vem a Portugal, uma vez mais, para um encontro íntimo com o seu público, no momento em que apresenta novo trabalho que leva o título  Standards e que é inspirado pela vitalidade de Tempest, a mais recente criação de Bob Dylan. O álbum foi gravado com a ajuda da secção rítmica que marcou a primeira fase da sua carreira a solo – Fred Maher na bateria e Matthew Sweet no baixo – e teve ainda a colaboração de gente como Joan as Police Woman e até de Will Cole, filho de Lloyd, no baixo. No entanto, para este novo concerto em Portugal, Lloyd Cole escolheu vir sozinho, trazendo as suas canções até junto do seu público de uma forma mais despojada. O cantor garante ainda que apesar de parecer um formato em desuso, Standards ainda se assume com um álbum e não apenas como um conjunto de canções desgarradas. Há um som que liga todo o disco, mais elétrico, e uma atitude que marca todas as canções.

Por isso mesmo é seguro dizer que este não é um cantor qualquer. Lloyd Cole tem pintado as suas canções com uma inteligência profunda, com referências literárias e cinematográficas que indiciam tratar-se de um criador de excepção. Tem sido assim desde os Commotions até às suas mais recentes criações, como Broken Record ou, já deste ano, Selected Studies Vol. 1, feito na companhia do grande nome da música alemã Roedelius. Dois discos que precedem o novo e invariavelmente excelente material de Standards. Juntamente com estas novas criações, Lloyd Cole traz as suas guitarras e também canções de sempre como “Are You Ready To Be Heartbroken”, para um espectáculo em que partilhará com o seu público num momento de particular intimismo, com as palavras a ganharem força tanto dentro como fora das canções, que Cole é um homem que gosta de comunicar. A não perder!