Federico Albanese | apresentação ao vivo do novo trabalho

O compositor, produtor e pianista Federico Albanese regressa ao nosso país para apresentar o novo álbum Before and Now Seems Infinite no Museu do Oriente. Como convidado especial terá Rodrigo Leão, com quem colaborou no trabalho O Método.

Before and Now Seems Infinite é o título do novo álbum de Federico Albanese, pianista, compositor e produtor italiano baseado em Berlim que tem trilhado um singular e muito bem-sucedido caminho nos domínios da música clássica contemporânea que se vão cruzando e descruzando com os da eletrónica ou do jazz. Foi aliás na qualidade de produtor que se envolveu em O Método, aclamado trabalho do português Rodrigo Leão para cujo álbum colaborou também como músico, facto que o liga de forma direta a Portugal.

Agora, Albanese traz a Portugal aquele que está a ser apontado como o melhor trabalho de uma carreira que, em termos discográficos, remonta a 2014, ano em que se estreou com um promissor The Houseboat and The Moon. O mais recente trabalho, que volta a merecer o carimbo editorial da Mercury KX, desafiante selo apostado em música inovadora e que existe dentro do ecossistema discográfico da Universal, conta com valiosas colaborações vocais de Ghostpoet, artista britânico que já recebeu nomeações para o Mercury Prize, e Marika Hackman, outra artista britânica e multi-instrumentista cujos trabalhos têm merecido atenção plena da crítica especializada.

Em Before and Now Seems Infinite, Albanese explora a ideia da memória, busca fundo no seu lado mais emocional e entrega-nos um disco carregado de memoráveis peças e melodias em que as composições são delicadamente trabalhadas com recurso a elementos de clássica, eletrónica e jazz criando uma viagem coesa e altamente evocativa. Ao vivo, além do material deste álbum, Federico Albanese apresentará alguns pontos altos da sua carreira. A importante publicação Clash Magazine, uma das mais relevantes vozes do universo mais alternativo da música contemporânea, descreveu Federico como sendo “parte de um seleto grupo de artistas de clássica moderna capazes de dizer muito sem terem que recorrer a palavras”. Verdade!

Misty Sessions | Os Poetas, Tó Trips e Bernardo Lobo são os artistas que se seguem

O percurso até ao Misty Fest começou em março, no Espaço Espelho d’ Água, em Lisboa. Grandes artistas apresentam os seus espetáculos em formato mais intimista geralmente no último domingo de cada mês. Depois de Nancy Vieira, emmy Curl e Anna Setton (que se apresentará no próximo dia 29), seguem-se Os Poetas, Tó Trips e Bernardo Lobo. Sempre às 21:00 neste espaço privilegiado em Belém, Lisboa, junto ao Tejo.

Rodrigo Leão e Gabriel Gomes voltam a encontrar-se num palco cheio de poesia: Os Poetas – Entre Nós e as Palavras é um espetáculo onde estes dois veteranos músicos descobrem as melodias que carregam os poemas de algumas das mais importantes vozes da nossa paisagem poética como Mário Cesarinny, Herberto Hélder, Luísa Neto Jorge e Adília Lopes. Gabriel Gomes no acordeão e metalofone, Rodrigo Leão nas teclas e metalofone e o ator Miguel Borges nas declamações congregarão toda a sua experiência em composições originais que interpretam com melodias, harmonias e ritmos todo um universo de palavras com que os nossos poetas foram tentando traduzir o mundo.

O projeto Os Poetas surgiu de encontros entre Rodrigo Leão, Gabriel Gomes e Hermínio Monteiro, então editor da Assírio & Alvim, em cujo espólio existiam gravações de poetas a dizerem os próprios poemas. “Entre Nós e as Palavras”, de 1997, foi o resultado de meses intensos de composição, de uma afinidade com os poetas escolhidos e da amizade cúmplice entre os dois músicos, que se nota muito quando compõem e quando atuam. Com Francisco Ribeiro (ex-Madredeus) e Margarida Araújo nas cordas, o ensemble fez alguns concertos ainda nos anos 90. Em 2013, Os Poetas regressaram com a reedição deste álbum há muito esgotado. Durante o ano de 2012, compuseram novas músicas e reformularam o espetáculo, projetando os textos e chamando o ator Miguel Borges para dizer poemas. Não é este um concerto para eruditos ou específicos leitores e amantes de poesia. Sendo a palavra importantíssima, e ponto de partida para a composição – ela é o comandante deste “Navio de Espelhos”; – a música não é um mero suporte, pois acaba por se fundir com os poemas. À música falada mistura-se a performance, resultando num espetáculo único e encantatório.

O veterano Tó Trips tem uma larga experiência com um percurso que começou no rock, desembocou nos celebrados Dead Combo e que em tempos mais recentes teve também manifestação no Club Makumba. Mas, paralelamente, Trips desenvolveu igualmente uma curiosa e original abordagem à guitarra solo, tendo lançado trabalhos como Guitarra 66 ou Guitarra Makaka. Com um novo álbum nessa pessoal e solitária aventura a caminho, Tó Trips volta a mergulhar de cabeça no mar de notas que arranca à sua guitarra, num concerto exploratório a solo em que mostrará novas e velhas composições sempre evocativas de grandes paisagens e de histórias com tudo dentro, da euforia à melancolia.

Bernardo Lobo é um cantor e compositor brasileiro, nascido no Rio de Janeiro numa família musical. O pai, Edu Lobo, é um dos tesouros mais celebrados da canção brasileira, e a mãe, Wanda de Sá, igualmente artista, integrou grupos de Sérgio Mendes e Marcos Valle além de ter gravado em nome próprio. Bernardo cresceu imerso nesse circuito musical habituando-se desde muito cedo à presença de alguns dos maiores vultos da cultura do Brasil. E, como diz o ditado bem português, “filho de peixe sabe nadar”. E cantar e tocar violão, claro. Com 25 anos de carreira e sete álbuns lançados – Nada Virtual (2000); Sábado (2006), Sábadovivo (2008), Valentia (2012), C’ALMA (2018), Uma Viola Mais que Enluarada (2019) e Zambujeira (2021), Bernardo prepara agora uma apresentação no Espelho de Água, em Lisboa, a 28 de Agosto. Para esse íntimo encontro a que deu o título “Itinerários”, Bernardo levará canções como “Yara”, originalmente uma parceria com Ivan Lins e Moyses Marques), “Vai e Vem”, que escreveu com Tiago Torres da Silva; ”Menina das Nuvens”, feita com Marcos Valle, ou ainda “Imagem e Semelhança”, uma colaboração com Milton Nascimento, Bernardo vai mostrar ainda músicas de outros artistas que o influenciaram como Caetano Veloso, de quem vai cantar “Força Estranha”, e seu pai, Edu Lobo , de quem interpretará a emblemática “Ponteio”. Sempre com voz e violão, a mais pura forma de mostrar a verdade das canções.

Macy Gray regressa a Portugal | apresentação de novo trabalho

Macy Gray regressa a Portugal para apresentar ao vivo o novo trabalho California Jet Club nos Coliseus do Porto e Lisboa.

Quando surgiu em 1999 com o muito aplaudido On How Life is, Macy Gray causou um impacto imediato. Graças ao tremendo sucesso de I Try, que furou o Top 5 norte-americano, o álbum de estreia da cantora nascida no Ohio vendeu cerca de 7 milhões de cópias em todo o mundo, transformando-a quase instantaneamente numa estrela global. Ao longo da década seguinte os álbuns foram-se sucedendo a bom ritmo e Macy ergueu uma discografia sólida com 10 trabalhos originais, tornando-se presença assídua em palcos e festivais de todo o mundo. Paralelamente, a sua fortíssima imagem valeu-lhe uma igualmente aplaudida carreira no cinema, começando logo em 2001 com Training Day, filme com Denzel Washington. Fez depois sentir a sua icónica presença em outros grandes êxitos de bilheteira como Spider ManFor Colored Girls ou The Paperboy. O reconhecimento dos seus amplos talentos chegou também por via dos Grammys: foi nomeada uma dezena de vezes e conquistou uma estatueta para melhor performance vocal com o extraordinário I Try.

Agora, Macy Gray está numa nova fase da sua carreira. Juntamente com o teclista Billy Wes, o baterista Tamir Barzilay e o baxista Alex Kyhn, trio de músicos prodigiosos e todos multi-instrumentistas com carreiras que se alargaram da pop e do country ao jazz e ao punk, Macy formou os California Jet Club, grupo que lançou o ano passado o fantástico The Reset. O grupo já se apresentou em programas de grande audiência como Jimmy Kimmel Live e deixou claro que está pronto para o mundo: música de sólida fundação soul-R&B, aberta a várias outras sonoridades (o grupo fez até uma versão do clássico dos Body Count de Ice-T, “Cop Killer”) com letras que refletem sobre a América moderna. Habituada aos palcos e distinguindo-se desde sempre como uma sólida intérprete ao vivo, Macy Gray faz agora aterrar o seu California Jet Club em Portugal para uma fulgurante e imperdível estreia em que à nova sonoridade do seu presente juntará os seus maiores clássicos.

MISTY FEST | Christian Löffler & Detect Ensemble Live e Joep Beving em concerto duplo

Duas novas confirmações no Misty Fest com dois regressos muito esperados ao nosso pais.

Capitólio na passada sexta-feira, o alemão Christian Löffler volta ao nosso país, desta vez acompanhado por uma ensemble de cordas, para apresentar o seu novo espetáculo Parallels. Joep Beving, que se estreou no ano passado no Misty Fest com vários concertos esgotados, traz consigo o seu novo trabalho Hermetism, um regresso à suas origens de piano solo. Este é um concerto duplo, em que o mesmo bilhete serve para assistir aos dois espetáculos.

CHRISTIAN LÖFFLER

Paralells Tour
Christian Löffler faz-se acompanhar por um quarteto de cordas para apresentar Parallels: Shellac Reworks o seu mais recente trabalho editado pela prestigiada Deutsche Grammophon, em que reinterpreta alguns dos maiores compositores clássicos do mundo nas suas próprias paisagens sonoras; por exemplo, J.S. Bach, Beethoven, Chopin, Wagner, Smetana e Bizet. Nesta Parellels tour, passado e presente colidem em palco através da mistura ao vivo de um quarteto de cordas com as próprias produções eletrónicas de Löffler. A música é também acompanhada por visuais e desenho de luz feitos especialmente para a digressão, numa experiência audiovisual hipnotizante e envolvente.

JOEP BEVING

Hermetism
Joep Beving regressa ao seu registo original de piano solo com Hermetism, uma nova digressão que se baseia no quarto álbum do compositor e pianista holandês para a Deutsche Grammophon. Para este trabalho, o compositor inspirou-se no Hermetismo, uma filosofia espiritual que provém de antigos escritos atribuídos ao lendário autor grego Hermes Trismegistus.
Beving, vencedor de um prémio Edison, é um dos pianistas vivos mais escutados no mundo e um campeão no universo do streaming; só a peça Sleeping Lotus soma mais de 40 milhões de plays no Spotify. Hermetism servirá de base a um concerto de maravilhamento absoluto, com passagem por momentos mais relevantes da sua obra anterior igualmente assegurados. Uma apresentação absolutamente imperdível e certamente histórica.

MISTY FEST | Roger Eno confirmado em Lisboa e Espinho

 

Roger Eno prepara-se para vir apresentar a Portugal, no Misty Fest, a sua estreia a solo, The Turning Year, álbum que acaba de ser lançado na Deutsche Grammophon.

O pianista e compositor britânico estreou-se no prestigiado selo alemão em 2020 com a edição de Mixing Colours. Esse foi o primeiro disco que gravou em duo com o seu irmão, o também compositor e produtor Brian Eno, uma das figuras mais reverenciadas no mundo da música.
The Turning Year acentua o lado mais pastoral das composições de Roger Eno, evidenciando o seu particular talento de melodista. Nalgumas das peças escuta-se igualmente um quarteto de cordas, Scoring Berlin, que conferem à sua música uma dimensão ainda mais mágica. E será essa magia que Roger trará a Portugal, para uma apresentação no âmbito do Misty Fest. Ao longo dos anos, a qualidade das suas composições valeram-lhe a atenção de reputados realizadores, como David Lynch, que usou música que Roger e Brian criaram juntos na banda sonora de Dune. peças de Roger foram igualmente usadas com belíssimo efeito em filmes como 9 Semanas e Meia ou Trainspotting. Ao vivo, Roger Eno costuma fazer a sua música muito atmosférica ser acompanhada de projeções e instalações que ele mesmo concebe e que tornam a experiência dos seus concertos – que já aconteceram em espaços como a conceituada Tate Britain – verdadeiramente imersiva.