MISTY FEST | Rita Vian é a mais recente confirmação

Entre o rigor da tradição e a energia do futuro, Rita Vian vai ao Misty Fest apresentar a sua visão moderna da música portuguesa.

Rita Vian é uma das mais sólidas promessas da cena musical portuguesa contemporânea. A artista estreou-se formalmente com CAOS’A, EP que teve carimbo editorial da Arraial e que conta com produção de Branko. Mas há um percurso anterior que lhe ajudou a firmar as ideias, incluindo os Beautify Junkyards, banda de que fez parte e com que gravou dois álbuns, e algumas notáveis participações em trabalhos de Mike El Nite ou DJ Glue, sinais de uma irrequietude criativa que a levaram a acercar-se cada vez mais do universo da música urbana e eletrónica sem nunca deixar de manter um pé mais próximo da tradição, que se sente de forma clara nos contornos fadistas da sua voz e na sua entrega interpretativa.

Em 2020, quando lançou o clipe para o tema “purga” (da autoria de João Pedro Moreira), a artista proclamava a sua filiação em entrevista ao Rimas e Batidas: “Mas acho acima de tudo que há muita liberdade a ser celebrada e muita vontade de escrever diferente na música portuguesa neste momento, que é algo que me inspira bastante. Acho que há cada vez mais vontade de arriscar. Não só no que toca ao fado, mas também à vontade de cantar em português noutros géneros, que me deixa com a sensação de que há uma corrente muito positiva a ganhar força. Acho que os maiores exemplos de novos fados neste momento são o Pedro Mafama e o Conan Osiris”.

Depois de ter também colaborado com Branko em “Sereia”, a artista formou a sua visão de uma música moderna, de temperamento eletrónico, mas com alma portuguesa funda num EP que mereceu os mais rasgados elogios por parte da generalidade da imprensa nacional. No final de 2021, João Mineiro escrevia sobre a sua passagem pelo palco do Tivoli BBVA:

“Há cantoras e cantores que são notáveis intérpretes e que se agigantam recorrendo e homenageando textos poéticos de outras pessoas. Há também quem escreva magníficas canções, brilhando na generosidade com que oferecem as suas palavras à voz e à interpretação dos outros. Rita Vian abraça os dois mundos de forma simétrica e intuitiva, conjugando, delicadamente, o seu lado autoral, poético e íntimo, com uma interpretação sublime na hora do canto e no tempo do encontro com o público”.

Depois de ter passado por palcos ainda maiores, em festivais como o ID_No Limits ou Nos Primavera Sound, Rita Vian prossegue na sua tranquila, mas segura caminhada em direção ao futuro, afirmando-se como um dos nossos mais preciosos tesouros do presente.

Max Cooper ao vivo em Lisboa

O produtor e Dj irlandês vem ao Capitólio apresentar ao vivo o novo álbum Unspoken Words.

Max Cooper esculpiu um espaço único como artista audiovisual com um doutoramento científico e uma reputação internacional como líder na área da música eletrónica. O seu trabalho carrega uma ressonância emocional e uma imersão sensorial, focando frequentemente o lugar da humanidade no mundo. Funde música eletrónica e arte visual com investigação científica através de instalações, performances ao vivo, experiências audiovisuais imersivas, uma gama de meios digitais e vídeos musicais premiados.

Unspoken Words é o 6º álbum de estúdio de Cooper e o mais recente de um impressionante catálogo retrospetivo que remonta a 2007, quando fez malabarismos conjugando o estudo de Biologia Computacional com a residência de DJ num clube techno local.

Recentemente disponibilizou a banda sonora para um poderoso vídeo narrado por Greta Thunberg e pelo Papa Francisco e tocou na COP26, apelando aos líderes mundiais para considerarem o clima e o ambiente nos planos de recuperação da Covid. No ano passado, tornou-se o primeiro artista techno a tocar na Acrópole em Atenas, Grécia. Outros trabalhos incluem comissões do Barbican, France TV, AND& festival, Waltham Forest Borough Council, e colaborações com Zaha Hadid Architects, The Babraham Institute, e L-Acoustics, juntamente com reelaborações musicais de músicos clássicos contemporâneos incluindo Philip Glass, Nils Frahm, Terry Reilly e Michael Nyman e os artistas pop Hot Chip e Moby.

A sua editora, Mesh, está fortemente posicionada para explorar a intersecção da música, arte e ciência através de colaborações criativas interdisciplinares que esbatem linhas entre arte, matemática, cinema, coreografia, ciências, arquitetura, psicologia e espiritualidade.