Misty Fest | Matthew Halsall é a nova confirmação

O trompetista Matthew Halsall regressa a Portugal com um novo trabalho que terá apresentação ao vivo na Casa da Música, Porto e no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. O concerto do CCB será duplo, com Makaya McCraven a apresentar-se na mesma noite. O mesmo bilhete dá acesso aos dois concertos.

Matthew Halsall, homem do leme da Gondwana Records, prepara-se para regressar ao nosso país com um novo projeto. O aclamado trompetista, de quem se diz ter conseguido a proeza de cruzar os universos de Pharoah Sanders e Cinematic Orchestra, prossegue na sua demanda pelos terrenos mais espirituais do jazz com “An Ever Changing View” que é já o décimo título na sua discografia em nome pessoal.
Ao vivo, Matthew apresenta-se à frente de um reputado ensemble de músicos baseados em Manchester como Matt Cliffe (saxofone & flauta), Alice Roberts (harpa), Jasper Green (piano), Gavin Barras (baixo), Alan Taylor (bateria) e Sam Bell percussão. O igualmente renomado Chip Wickham é o saxofonista e flautista convidado deste expansivo ensemble.
No novo concerto, além de refinado material do seu novo álbum, Matthew Halsall viaja pela sua já considerável discografia, explorando o jazz a partir de uma moderna sensibilidade, nunca esquecendo que o espírito e o corpo estão sempre ligados.

Makaya McCraven é a primeira confirmação do Misty Fest 2023

O Misty Fest regressa com a sua 14ª edição nopróximo mês de novembro e o primeiro nome anunciado é Makaya McCraven, um dos principais protagonistas do atual movimento de renovação do jazz que tem polos em cidades como Los Angeles, Chicago ou Londres.

O produtor e baterista Makaya MacCraven tem lançado aplaudida discografia em nome próprio através da conceituada International Anthem, mas tem igualmente respondido a chamadas de outras importantes editoras de ambos os lados do Atlântico. O músico que em 2018 respondeu à pergunta “Where We Come From” com um álbum com o mesmo título e a designação paralela “Chicago Vs. London Mixtape” trabalhou logo aí com conceituados solistas como Kamaal Williams ou Nubya Garcia. No mesmo ano, “Universal Beings” confirmou-lhe o vigor de toda a sua visão musical, prosseguindo a sua via de cruzamento do jazz com o hip hop e outras linguagens.
Em 2020, a londrina XL Recordings desafiou-o a remisturar e reimaginar o derradeiro álbum de Gil Scott Heron com o resultado, “We’Re New Again”, a conquistar generalizado aplauso da imprensa. Seguiu-se, na sua já vasta discografia, o desafio da histórica editora de Nova Iorque Blue Note para decifrar a mensagem retrabalhando uma série de clássicos do seu mítico catálogo, de Wayne Shorter a Art Blakey. E para isso convidou novos valores do jazz como Jeff Parker, Matt Gold ou Junius Paul. Participou também em “The Chicago Experiment” ao lado de gigantes modernos como Marquis Hill ou Joel Ross e já em 2022 lançou o seu projecto mais ambicioso e também mais aclamado, “In These Times”, um dos registos do ano em muitas publicações especializadas em jazz. Agora, o visionário músico estreia-se em Portugal, mostrando que o presente e o futuro são mesmo o seu tempo, com o que será, certamente, um dos mais aguardados concertos do ano.