Amélia Muge e Michales Loukovikas nomeados para o Prémio Autores da SPA

O CD Periplus de   Amélia Muge e Michales Loukovikas  está nomeado para Prémio Autores da   Sociedade Portuguesa de Autores na categoria de Melhor Álbum do Ano de 2012 .   Os vencedores serão conhecidos na próxima segunda feira à noite, numa gala   que decorrerá no Centro Cultural de Belém e que terá transmissão em   direto na RTP.

Esta nomeação vem   juntar-se a uma série de distinções nacionais e internacionais atribuidas a   este trabalho:

– 2º melhor álbum   do ano pelo Jornal Expresso

– 2º  melhor   álbum entre os dez melhores na categoria de European Folk a nível   internacional, pelo programa Crónicas da Terra

– melhor álbum do   ano pelo blog Sopa de Pedra.

– está entre os dez  melhores álbuns a nível internacional pelo programa Mundofonias (Espanha),   com audição pelo mundo inteiro

–   foi referenciado para os dez melhores álbuns internacionais pela revista   FRoots.

Críticas sobre   Periplus (excertos)

 

PERIPLUS

– Susana   Sardo, etnomusicóloga, Universidade de Aveiro (Fevereiro 2012)

Enquanto   território de criação, o “Periplus” enquadra uma visão extremamente   contemporânea do que é a construção musical em parceria e de como a música   congrega de facto uma dimensão de interlocução que ultrapassa as fronteiras   de um mundo organizado em territórios de exclusão política.

CIRCUM-NAVEGAÇÃO   ÀS RAÍZES DO FUTURO

– Maria   Ramos Silva, “I” (21 Fevereiro 2012)

Um   entendimento inato em afinidades musicais, generosidade e contagiante sentido   de humor. Amélia e Michales, um Portugal-Grécia na liderança do campeonato   das pontes entre os povos. […]

Um   caldeirão de sons onde se cozinham afinidades culturais além-fronteiras da   crise.

EPOPEIA   LUSO-GREGA

– Nuno   Pacheco, “Público / Ípsilon” (24 Fevereiro 2012)

Amélia   Muge fez com Michales Loukovikas o disco que ainda ninguém tinha feito. Une   Portugal e a Grécia, Ocidente e Oriente, passado e futuro. […]

Amélia   Muge e Michales Loukovikas, num tempo em que a crise varre Portugal e a   Grécia, põem em “Periplus” a força das antigas epopeias, propondo   uma viagem musical luso-grega que abarca, na mesma aventura, outras culturas   vizinhas, da Ásia à África. […]

“Periplus”,   uma ideia cara a Amélia Muge, era desde o início uma aposta arriscada. Unir   culturas do Mediterrâneo às vizinhas do Atlântico e do Índico, misturando   Ocidente e Oriente sem cair em “pastiches” multiculturais de   duvidoso gosto, exigia uma enorme dose de dedicação, empenho e sabedoria. A   pedra de toque encontrou-a Amélia na ligação entre Portugal e a Grécia, ao   trabalhar com Michales Loukovikas (excelente descoberta) e dividir com ele e   mais um lote de músicos de grande talento, portugueses e gregos, tal   aventura. O resultado é um diamante polido até quase à perfeição […]

Isto   numa abordagem contemporânea onde as linhas melódicas e rítmicas dos dois   países se aproximam, interligam e desafiam de forma natural e fluída, como se   sempre tivessem sido vizinhas e conversado assim.

SOMOS   TODOS GREGOS

– João   Lisboa,”Expresso / Atual” (25 Fevereiro 2012)

Uma   cimeira de poetas e músicos portugueses e gregos, presidida por Amélia Muge e   Michales Loukovikas, para confirmar a ideia de que muito daquilo que somos   também existe do outro lado. […]

Mediterrâneo,   portanto. Que teve como porto de partida para a sua exploração o interesse   pela obra do poeta grego Ares Alexandrou […] e se prolongou através de uma   busca intuitiva de pontos de contacto e traços de identidade comuns que […]   basta descobrir.

PORTUGAL   E GRÉCIA UNIDOS POR UMA NOITE EM LISBOA

– João   Moço, “Diário de Notícias” (25 Fevereiro 2012)

“Periplus”,   […] muito mais do que um mero conjunto de canções, é uma viagem musical   pelas tradições portuguesas e gregas, evocando-se também as antigas epopeias   enquanto se olha para o futuro. […]

Este   encontro musical entre Portugal e Grécia ganha também um redobrado simbolismo   numa altura em que ambos os países enfrentam intensos problemas sociais.

DÉDALOS   E OUTRAS CONTAS

– Nuno   Rogeiro, “Sábado” (1 Março 2012)

Sigo   com interesse, há décadas, o caminho singular de Amélia Muge, entre a   tradição mítica e os temas “sociais”. Mas “Periplus,   deambulações luso-gregas” é ainda mais belo. Músicos e instrumentos de   cá, e da península arquipelágica helénica, a Odisseia em sons, o Mediterrâneo   real e imaginário, o Ocidente onde Portugal repousa, sonha e sofre, com duas   grandes baladas: “Pesado como Ferro” e “Zum Zum”.

AMÉLIA   MUGE + MICHALES LOUKOVIKAS

– João   Miguel Tavares,”Time Out” (21 Março 2012)

[…]   há uma imensa ironia no facto de “Periplus”, que tem como subtítulo   “deambulações luso-gregas”, celebrar essa espécie de cordão   umbilical mediterrânico que une a Grécia a Portugal pelo menos desde o mito   da fundação de Lisboa, atribuída a Ulisses. Irmãos na falência económica, eis   que os dois países se unem aqui para celebrar a sua riqueza cultural ao   abrigo de qualquer austeridade – os discos de Amélia Muge são uma luxuosa   filigrana de sons, instrumentos e versos, e “Periplus” não foge à   regra.

Mais   do que isso: são sempre tudo menos óbvios. Se ela aqui se une ao músico e   compositor grego Michales Loukovikas, não é para criar um europudim, com   guitarra braguesa e bouzouki. Sim, há uma guitarra braguesa, e sim, há   bouzouki, tal como há traços de rebetiko e de fado, há versos de Pessoa e   hinos délficos. Mas nada é abordado de uma forma convencional – bem pelo   contrário, cada faixa é um acumular de surpresas, seja em “Deixa   Brilhar”, onde Hélia Correia canta (sim, canta) em grego, seja por   exemplo, em “Da folhinha de uma Rosa”, um tema magnífico que resume   na perfeição a forma como é possível fazer um patchwork luso-galaico-grego   sem deixar uma única costura à mostra.