Pode argumentar-se que os tons noturnos da música de Anna von Hausswolff são condizentes com um presente que, pelo menos do ponto de vista dos grandes media, não é o mais animador com conflitos em vários pontos do mundo e ameaças globais de vária ordem a imporem ao mundo o peso de uma sombria realidade.
Dead Magic, o mais recente e aclamado trabalho da artista sueca, nascida em Gotemburgo, tem carimbo editorial da prestigiada etiqueta City Slange conta com produção de Randall Dunn, colaborador habitual dos mais notórios embaixadores do chamado drone metal, os aclamados Sun0))). Apoiando-se sobretudo nas texturas solenes e algo fúnebres do orgão, instrumento cuja sonoridade tanto o tornou em essencial recurso para os compositores que assinaram requiems como para os autores de bandas sonoras que escreveram peças para filmes de terror, Anna von Hausswolff conta ainda com a sua voz de soprano, que já lhe valeu comparações a Kate Bush, como uma das mais distintivas marcas da sua arte.
Com canções longas e profundas, Anna von Hausswolff parece explorar, em disco como em palco, os mais obscuros recantos da alma humana. O britânico The Guardian descreveu o mais recente trabalho de von Hausswolff como o mais negro e profundo da sua carreira e como “um ópus ambicioso”. Escutá-la ao vivo é uma das mais arrebatadoras experiências que a música contemporânea pode proporcionar.