Brushy, o bluesman rural jamaicano, junta o mundo com uma guitarra de uma só corda.
Quando o cineasta Luciano Blotta saiu de um estúdio de gravação na zona rural da Jamaica, longe dos turistas e dos amantes da música, viu algo extremamente invulgar: um homem com um instrumento. Mais surpreendente ainda é o facto de o instrumento em questão – uma guitarra acústica gasta, mas ressonante – ter apenas uma corda.
Blotta tinha acabado de conhecer Brushy One-String (nascido Andrew Chin), filho de uma família de músicos que, apesar da sua vida difícil, tinha uma capacidade aparentemente inata para inspirar e comover até os ouvintes casuais – incluindo milhões de pessoas que viram e partilharam os seus vídeos no YouTube.
No seu primeiro álbum de estúdio, Destiny, o músico veterano evoca a doçura de cantores de soul como Percy Sledge e Louis Armstrong, a garra e a sagacidade dos bluesmen do Delta, tudo isto misturado com um pulso e um engenho jamaicanos que mostram que a música da ilha é muito mais do que reggae. Os blues sinceros combinam-se com vozes de estilo dancehall em “Grey in my Blue”, enquanto baladas animadas e cativantes como “Life is for Every Man” canalizam uma intensidade emotiva e uma fé profunda.
“Se conseguirmos mudar as palavras e as melodias e trazer de volta o amor, podemos ter um equilíbrio entre Deus e o homem”, reflete Brushy. “É disso que precisamos para unir o mundo.”.
Brushy One String