Lisboa
Foi em 1982 que a Sétima Legião surgiu no então agitadíssimo panorama musical português, apresentando uma visão singular da música sintonizada com as experiências mais avançadas da pop alternativa da época, mas sem esquecer a identidade portuguesa. 30 anos depois, a Sétima Legião de Pedro Oliveira (voz e guitarra), Rodrigo Leão (baixo e teclas), Nuno Cruz (bateria, percussão), Gabriel Gomes (acordeão), Paulo Marinho (gaita de foles, flautas), Ricardo Camacho (teclas), Paulo Abelho (percussão, samplers) e Francisco Menezes (letras, coros) prepara grandes apresentações que pretendem assinalar o percurso efetuado. Trata-se do regresso de um grupo de amigos para quem a música foi sempre causa para celebração e resultado dessa mesma amizade.
Os Sétima Legião referem que o plano já existia há algum tempo e que sempre que a banda se reúne para tocar «para 100 ou 200 amigos naqueles concertos que fazemos para aí de dois em dois anos no Frágil» a ideia volta a ser colocada em cima da mesa. No momento em que as condições estão finalmente reunidas, celebram-se também três décadas passadas desde os primeiros passos do grupo, com Rodrigo Leão, Pedro Oliveira e Nuno Cruz.
A Sétima Legião deixou uma marca vincada na produção musical nacional dos anos 80 e 90. Os três primeiros álbuns do grupo, os clássicos A Um Deus Desconhecido (1984), Mar D’Outubro (1987) e ainda De Um Tempo Ausente (1989), os trabalhos que permitiram à Sétima Legião conseguir um lugar de destaque na cena musical nacional, graças ao sucesso de temas como «Sete Mares» ou «Por Quem Não Esqueci». O single inaugural da discografia do grupo, «Glória», com letra de Miguel Esteves Cardoso, acabou ele próprio por ganhar um estatuto algo mítico com o passar do tempo depois de uma importante mas discreta edição com selo da Fundação Atlântica em 1983.
Os anos 90 foram igualmente importantes para a Sétima Legião, que lançou os álbuns O Fogo (1992), Auto de Fé (1994) e Sexto Sentido (1999). Os dois volumes d’A História da Sétima Legião e duas compilações de sucessos permitiram à banda manter-se firme na memória coletiva durante a década passada. A rádio, no entanto, nunca permitiu que a música do grupo se afastasse demasiado da memória, continuando a tocar os maiores clássicos do grupo até aos dias de hoje.
De assinalar que da Sétima Legião saíram músicos que se envolveram em projetos ímpares da música portuguesa como os Madredeus, Gaiteiros de Lisboa ou Cindy Kat, além claro, da notável carreira a solo de Rodrigo Leão.