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Manuel Fúria está em 2024 como sempre esteve na música: inquieto e apaixonado, disposto ao risco e à novidade, intransigente no que toca à sua arte que vem, como sempre veio, já agora, de um sítio fundo dentro de si. O homem que ajudou a música portuguesa a experimentar novos rumos com a editora Amor Fúria, que liderou os Golpes e salvou Os Náufragos reinventou-se em 2022 com o pessoalíssimo e introspectivamente dançante “Os Perdedores”, um dos registos mais transparentes, desarmantes e honestos que a pop portuguesa gerou em muito tempo. “Um disco que não presta contas a nada nem a ninguém”, garante.
Esse trabalho, que mereceu intimistas e muito aplaudidas apresentações em Lisboa, Porto e Angra do Heroísmo, foi decisivo para Fúria se reencontrar. “Fechei as minhas contas nas redes sociais, desapareci e depois fiz esse espectáculo, mais pessoal e arriscado, e as pessoas parecem ter recebido bem essa música”. Manuel Fúria refere estar agora comprometido em dizer o que realmente considera ser importante e em usar a música de dança como uma fonte de soluções para dar brilho a essas ideias e palavras que sente como urgentes. James Murphy ou Mark Kozelek são modelos que ele mesmo aponta, inspirações que servem de estímulo ao que está a fazer e que quer apresentar no novo registo ainda em 2024. Em palco será ladeado por João Eleutério, uma novidade para quem sempre sonhou com bandas e com dinâmicas mais colectivas. Máquinas, ritmos, melodias e palavras que tanto fazem dançar, como pensar, é o que aí vem, portanto.
“Agora estou a fazer música de maneira diferente”, explica. “A mudança aconteceu n’Os Perdedores e não há volta a dar”. Ou seja, como sempre aconteceu, Manuel Fúria continua a ser um artista do “ou tudo ou tudo”. O “nada” nunca interessou. E continua a não interessar.
Imprensa
“É o disco mais belo e genuíno do ano. E o mais corajoso.”, Francisco Mendes da Silva, in Publico
“(…) uma cena mesmo especial.”, Luís Severo
“Só se encontra quem um dia se perdeu” Pedro Moreira Dias, Rádio Radar
“Ao largar tudo, libertou-se.” Mário Lopes, in Público
“Num tempo que cultiva, doentiamente, o sucesso (…), Fúria faz a honra aos vencidos.” Alexandre Borges, in Observador