thylacine

THYLACINE é o projeto do produtor e músico francês William Rezé. A palavra é a designação científica do lobo da tasmânia, uma espécie que se extinguiu há cerca de 70 anos. E tal facto oferece um vislumbre do maravilhoso mundo imaginado musicalmente por Rezé onde se identificam ecos de música
clássica do período romântico, de experimentações minimais dos grandes compositores do século XX e diferentes variantes do vasto universo da música eletrónica – do trip hop ao techno e daí à música ambiental.

Somando mais de meio milhão de ouvintes mensais no Spotify e acumulando quase 200 milhões de plays na mesma plataforma, THYLACINE não é, no entanto, um fenómeno obscuro, antes um criador de amplo alcance e ressonância que conquistou o mundo graças a uma música que tem tanto de imaginativo como de apelativo. 9 Pieces é o seu projeto mais recente, um
álbum composto por oito evocativas peças inspiradas em viagens, da paisagens geladas da Noruega às margens do Bósforo, música onde a eletrónica ou o som orgânico do saxofone e do piano que também toca se combinam de forma arrebatadora.

Bandua

Os Bandua, duo formado por Tempura the Purple Boy e Edgar Valente, seguem para a estrada com um novo espetáculo. O alinhamento contará com vários temas inéditos, “Bandeiras” – tema que levaram ao Festival da Canção – e canções que integram o primeiro disco da dupla, um dos mais aclamados pela crítica em 2022. O êxito desse ano refletiu-se em mais de 30 concertos e na presença do seu álbum de estreia em inúmeras listas de melhores álbuns do ano.

Nesse disco, o homónimo Bandua, a dupla agarrava no cancioneiro popular da região da Beira Baixa e reinterpretava-o em jeito de folk eletrónica, à moda do downtempo berlinense. Por sua vez, “Bandeiras” amplia esse imaginário da música de raiz popular portuguesa, para lhe acrescentar os ritmos da música electrónica global, com novas influências que vão desde o breakbeat ao dubstep, convergindo num estilo que a dupla apelida de tugastep.

kerala dust

São britânicos, mas residem entre Berlim e Zurique: o nome é Kerala
Dust.
O trio britânico – Edmund Kenny na voz e electrónica, o teclista Harvey Grant e o guitarrista Lawrence Howarth – juntou-se em Londres em 2016. O primeiro single dos Kerala Dust, “Late Sun”, saiu num ano após a formação e o álbum de estreia,
Light West,
foi lançado em 2020. A música dos Kerala Dust nasce de uma curiosa junção: por um lado, Edmund explica como a experiência de frequentar espaços londrinos como o clube Fabric ou os Corsica Studios serviu como educação profunda nos domínios da electrónica passando a repetição associada a esse tipo de música a ser parte do seu ADN. Por outro lado, um passado ligado a bandas indie e uma paixão pelas vastas paisagens da música americana de raiz também lhes serviu de orientação e inspiração.

Em 2020, uma mudança para Berlim e um mergulho na sua particular arquitetura e história acabou igualmente por servir como ponto de partida para mais música, desta vez com o legado de bandas alemãs como os Can a servir de inspiração.
Violet
Drive,
o novíssimo álbum lançado através da histórica Play It Again Sam, é fruto dessas novas coordenadas. Com a percussão e o ritmo a desempenharem um papel fundamental na nova arquitetura sonora,
Violet Drive
foi gravado nos Alpes, perto de Zurique, É por essa bem recheada e aplaudida carreira que os Kerala Dust vão viajar para Portugal com um concerto que lhes tem valido os mais rasgados elogios da crítica. O importante San Francisco Weekly escreveu: “Acompanhada por visuais psicadélicos nas paredes que rodeiam o palco, a banda levou o público numa viagem que fez a ponte entre o house e o downtempo, com uma mistura de funk e jazz. Tentar reduzir os Kerala Dust” a um ou mesmo dois géneros não só é difícil, como não descreve a sua natureza experimental”.

Suso Saiz

Suso Saiz é um dos maiores tesouros da modernidade espanhola, um discreto gigante com uma discografia que se estende por quase quatro décadas e que nos últimos anos reencontrou lugar no presente graças à aliança com a editora de referência holandesa Music from Memory que em 2016 reuniu algumas pérolas da sua discografia na antologia Odisea, inspirando depois um regresso ao ativo que já lhe valeu rasgados elogios na imprensa especializada internacional.

A carreira de Saiz remonta a 1980, quando formou La Orquestra de las Nubes, grupo em que cruzou eletrónica, música popular e jazz com uma veia experimental que lhe garantiu desde logo um lugar de destaque na modernidade do país vizinho. Esse estatuto levou-o a tornar-se um requisitado produtor que trabalhou com os mais destacados nomes da pop espanhola dos anos 80 e 90, incluindo Jorge Reyes, Pablo Guerrero ou Dhuncan Du e Celtas Cortos.

Em anos mais recentes lançou, na Music From Memory, trabalhos de referência na vanguarda eletrónica atual como Rainworks, Nothing is Objective ou, já o ano passado, Between No Things, uma bem recebida colaboração com Suzanne Kraft, alter-ego do DJ e produtor Diego Herrera. Essa intensa atividade levou Sáiz a ser convidado por reputados festivais de música eletrónica e experimental, com a sua música de recorte ambiental e new age e com pormenores tropicais e baleáricos a ser muito bem recebida por audiências mais jovens e exigentes.