Calexico Trio

Em 2025, os Calexico regressam com uma digressão especial pela Europa, com data única em Portugal, a 4 de Fevereiro, na Casa da Música. Apresentando-se como um trio íntimo, os membros fundadores Joey Burns e John John Convertino juntam-se ao colaborador de longa data e trompetista Martin Wenk, oferecendo ao público uma experiência rara e próxima do som inspirado no Sudoeste, que se tornou icónico e imagem de marca da banda.

Aclamados pelo seu “indie rock extenso e transcultural”, os Calexico passaram a maior parte das últimas três décadas a explorar as fronteiras musicais do sudoeste americano, criando canções singulares e cinematográficas tão misteriosas e magníficas como as paisagens áridas do deserto que as inspiraram. Fundada em Tucson, AZ, pelo guitarrista/cantor Joey Burns e pelo baterista John Convertino, a banda teve a sua primeira aclamação generalizada em meados da década de 1990, com uma série de registos que misturam as linhas entre as suas raízes, rock e influências latinas, mas foi com Feast of Wire, álbum de 2003, que começou verdadeiramente o sucesso comercial e da crítica, que lhes valeu a sua primeira aparição nas tabelas da Billboard e críticas do Guardian ao Pitchfork, que considerou o disco “genuinamente magistral”. Nos anos que se seguiram, Calexico viria a lançar mais oito álbuns de estúdio igualmente bem recebidos que os levaria a marcar presença no Coachella, Bonnaroo, Glastonbury e Roskilde, além de datas com artistas como Wilco, Pavement, Arcade Fire, Andrew Bird e outros. O Washington Post saudou o espetáculo ao vivo da banda como “quase sem falhas”, enquanto o The Chicago Tribune elogiou a energia “vibrante” e a “convicção convincente” das suas actuações, e o WNYC maravilhou-se com a capacidade do grupo de “rugir como Sonic Youth [e] sussurrar como Elliott Smith” no palco.

Ao longo da sua carreira, o dom camaleónico dos Calexico para a mudança de forma sónica também os tornou colaboradores muito procurados, tanto em estúdio como na estrada. Para além de lançarem um par de discos conjuntos amplamente elogiados com os frequentes companheiros de digressão Iron & Wine (o último dos quais, Years To Burn, recebeu duas nomeações para o GRAMMY), a banda trabalhou com toda a gente, desde Willie Nelson e Jim James a Nancy Sinatra e Neko Case, produziu e actuou no álbum n.º 1 de Amos Lee, Mission Bell, e marcou presença em vários filmes.

Ezra Furman

Ezra Furman é uma artista singular que começou por se revelar como líder dos Harpoons e que depois se lançou numa frutífera carreira a solo com o álbum de 2012 The Year of No returning, coleccionando desde então efusivos aplausos da crítica especializada e os favores de um público crescente. Um dos pontos altos da sua carreira foi, certamente, a assinatura da banda sonora da aclamada série da Netflix Sex Education, experiência que lhe valeu ainda mais reconhecimento pela sua especial visão da pop.

 

Explorando temas de identidade, religião – Ezra tem estudado numa universidade hebraica, nos estados Unidos – angústia política, amor ou ansiedade, Furman construi uma reputação de ir ao encontro dos assuntos que afligem e entusiasmam o presente. Ela tornou-se um símbolo para quem sente os efeitos da incompreensão e opressão. Por ter construído essa profunda empatia com o seu público, o Guardian descreveu Ezra como sendo responsável “pelo mais tocante concerto ao vivo que podem ver hoje em dia”.

 

Para a prestigiada série 33 1/3 da Bloombury Music, que se dedica a publicar livros sobre álbuns clássicos, Ezra assinou o volume dedicado ao clássico Transformer de Lou Reed. Agora, com um novo álbum prestes a ser lançado, Furman demonstrou, em singles como ‘Point Me Toward The Real’ e ‘Book Of Our Names’, produzidos ambos por John Congleton (Angel Olsen, Future Islands, Sharon Van Etten), que continua a ser uma das mais relevantes vozes da cena musical do presente. Imperdível ao vivo, como já se deixou claro.

Tó Trips

Tó Trips é, muito simplesmente, um nome incontornável da múltipla cena musical nacional das últimas três ou talvez até quatro décadas. Foi praticante do lado mais feérico do rock nos Lulu Blind e reinventou-se num dos mais originais projetos da música popular portuguesa, os Dead Combo, que dividiu com o saudoso Pedro Gonçalves e com que correu o mundo.

Mais recentemente criou o Club Makumba, mas também soube dispensar companhias para se projetar, em dois discos de solo absoluto, na solidão que se descobre quando ao lado se tem apenas uma guitarra. Mas este espetáculo apanhou-o de um outro ângulo: com António Quintino no contrabaixo e Helena Espvall no violoncelo. Um trio de cordas formado com dois nomes que têm percorrido diferentes terrenos do mais aventureiro jazz e música improvisada que ladeiam Tó Trips na sua busca por uma música altamente evocativa, com espessura dramática, bastante poética e francamente apaixonante. Popular Jaguar é o novo disco onde todo esse mundo se revela. Em palco, a magia resulta ainda mais intensa.