“Meditative, spectral dreamscapes…
extraordinary voice: a fragile, sensuous instrument”
MOJO ★★★★
“Perfumed traces of Galaxie 500, Mazzy Star and Cocteau Twins…
a wonderfully spectral incantation”
UNCUT
A artista anglo-libanesa Nadine Khouri conheceu John Parish (PJ Harvey, Eels, Sparklehorse…) há cerca de 10 anos, altura em que o produtor britânico a desafiou a cantar em “Baby’s Coming” (faixa de “Screenplay”, de 2013) antes de gravar e produzir o seu primeiro álbum “The Salted Air”* (2017), trabalho que, entretanto, granjeou justo culto.
A gravação do seu segundo longa-duração, “Another Life”, igualmente produzido por John Parish), aconteceu durante a pandemia de Covid-19 e foi naturalmente marcada pelas descargas emocionais provocadas pelas duas poderosas explosões no porto de Beirute no início de Agosto de 2020. “A pandemia instalou-se precisamente quando os ensaios estavam prestes a começar, quando queríamos uma gravação rápida destas novas canções. De repente, o mundo congelou, nada podia continuar como planeado”, recorda Nadine.
No interior da capa do álbum, uma fotografia tirada por Steve Gullick revela, por detrás de Nadine Khouri, a extensão de uma cidade mediterrânica branqueada pelo sol, Marselha, onde a artista atualmente reside. Uma cidade de milhares de vidas, milhares de memórias e milhares de histórias, um teatro onde ressoa o percurso de Nadine, a alegria, a tristeza, o arrependimento, o exílio, o desafio ou o desejo – marcas que alimentam a sua música. “As canções surgem-me muitas vezes como imagens de filmes que tento exteriorizar”, explica. “Presa entre quatro paredes, este período de isolamento levou-me a olhar para o meu passado, a recordar pessoas próximas que desapareceram, momentos passados que estão agora longe de mim. Escrevi para não esquecer, para não deixar desaparecer”.
Com as restrições levantadas, Nadine Khouri e John Parish encontraram-se em estúdio para finalmente gravar o álbum como planeado originalmente, com a ajuda de vários músicos de renome. Deste período de incerteza emergem composições de uma beleza cativante. A produção de John Parish dá um fôlego majestoso a estas canções impressionistas, e à voz de Nadine Khouri. Ao vivo, essa presença singular e qualidade artística distinta tornam-se ainda mais evidentes, tal como tem vindo a ser destacado em críticas elogiosas de publicações de referência como a Mojo ou a Uncut.