The New Life, uma atmosférica e emocional peça de piano solo lançada já em 2022 nas plataformas de streaming, caminha muito rapidamente para os 3 milhões de plays no Spotify, uma marca assombrosa que foi garantida por Lemos, pianista e produtor português que durante anos integrou projetos nas áreas do pop-rock assinando igualmente trabalhos para cinema e televisão, mas que após a pandemia sentiu um chamamento musical muito especial, tendo-se focado na composição de peças para piano. Lemos explica que a sua música expressa um tipo de vibração muito particular que se estabelece entre o Cosmos e a Terra, sendo ele uma espécie de condutor entre essas duas dimensões. Sense of Peace, o seu álbum de estreia, encabeçou tops de vendas no iTunes Portugal e ajudou-o a angariar mais de 400 mil ouvintes mensais no Spotify, marca assinalável que tanto diz do alcance da sua música e que o posiciona como o pianista português neoclássico com mais ouvintes nessa plataforma.
A 25 de novembro, Lemos planeia editar um segundo álbum, onde prossegue na sua exploração do piano num contexto neo-clássico que bem domina, já que estudou formalmente o instrumento desde os 11 anos. A sua música, profundamente emocional, vive igualmente de uma intenção criativa muito específica e de clara natureza conceptual: em 2022, Lemos desenvolveu o projeto “The Felt Library”, uma seleção de músicas neoclássicas de sua composição, e construiu o primeiro instrumento virtual de Felt Piano, totalmente gratuito para os compositores e que conta já com mais de 1.000 Downloads no Pianobook. O novo trabalho incluirá 12 peças criadas no seu Felt Piano vertical. Um novo mundo de música envolvente que terá manifestação num concerto pensado cuidadosamente.
Com Fogo na Água, o músico e compositor Francisco Sales entra numa nova fase da sua carreira. Neste terceiro álbum – com que sucede ao muito aclamado Mles Away de 2017 -, o guitarrista investiu quatro anos de trabalho e apresenta-se a explorar a sonoridade de diferentes instrumentos – não apenas as guitarras elétrica e acústica, mas também a de 12 cordas ou a icónica guitarra metálica conhecida por dobro – para erguer um muito emocional conjunto de peças que evocam ideias de força, luta e resiliência, navegando igualmente por algumas noções contrastantes já apontadas no título: o fogo e água, a terra e o ar, elementos primordiais que aqui se traduzem em música altamente evocativa e em que a identidade funda portuguesa é explorada – como acontece em “Pulsar da Terra”, por exemplo.
O músico que em Inglaterra trabalhou de perto com os Incognito de Jean Paul Maunick, agora chamou Beatriz Nunes, aclamada cantora de jazz que chegou a integrar os Madredeus, para pela primeira vez adicionar vozes a composições de sua autoria. Garante Francisco que Beatriz representa a sua própria alma. Neste trabalho que o próprio compositor descreve como sendo mais cinematográfico e em que garante ter-se reinventado como compositor, a produção foi divida com Tiago Gomes. Ao vivo, Francisco Sales vai pela primeira vez apresentar-se em trio, assumindo ele mesmo todas as guitarras enquanto Sandra Martins assegura violoncelo e voz e Edu Mundo se ocupa de baterias, percussões e ainda dá uma ajuda em guitarras e voz. Um novo trio para uma nova música que Francisco Sales agora quer partilhar com o mundo.
Vibra foi, de certa forma, uma enorme surpresa: o nome de JP Coimbra era familiar de outros “andamentos”; o criador dos Mesa foi igualmente colaborador de notáveis projetos como Três Tristes Tigres, Goldfinger ou Bandemónio de Pedro Abrunhosa, mas avançou para novos campos com a sua estreia em nome próprio. “Vibra é um álbum de música instrumental em que a experimentação sonora reina num discurso aprazível”, escreveu-se no Rimas e Batidas. JP Coimbra cruzou a eletrónica com uma visão mais próxima da neo-clássica e deixou-se inspirar por espaços emblemáticos do Porto, em que gravou, captando. de certa forma, a “vibração” mais funda da cidade: a Casa da Música, a estação de metro do Marquês, a Fundação de Serralves, o Rio da Vila, todos esses locais estão impregnados em Vibra.
Agora, o músico, produtor e compositor volta aos palcos para apresentar o álbum em que depositou toda a sua alma e experiência, um projeto que convida à imersão e que tem inspirado os mais vívidos elogios do público e da crítica.
Formação:
JP Coimbra – Piano e outros teclados/Laptop
Samuel Martins Coelho – Violino
Esta Misty Session com emmy Curl está inserida no programa “Outono na Aldeia”.
Neste arranque de 2022, depois do regresso da Dinamarca, onde a dada altura decidiu viver, depois da gravidez e de ultrapassado o tempo de isolamento, depois de regressar a Portugal, para viver no Funchal, depois de tanta coisa, emmy Curl decidiu que era tempo de olhar para o percurso artístico que iniciou em 2007 e reuniu em 15 Years um conjunto de peças que acredita que definem esse capítulo. E assim há recriações de temas dos seus dois álbuns – “Volto na Primavera” vem de Nadia (2015), “Devesas” e “Aliados” pertencem, claro, ao alinhamento de Oporto (2020) – mas também dos EPs que foi lançando: “Clarity” foi originalmente incluída em Origins (2012).
Por aqui encontra-se também uma fantástica versão de “Maio Maduro Maio”, tema que remete para um período em que viveu em Aveiro: todas as suas canções são, aliás, entradas num diário que continua a escrever. 15 Years terá edição em CD e vinil e, explica-nos a artista, “transportará consigo imagens e criações visuais da minha autoria além dos meus retratos, alguns autorretratos, em ordem cronológica desde então”. Um trabalho tão pessoal quanto revelador, portanto.
“Entretanto”, revela ainda emmy, “estou a compor um álbum, um amor declarado à minha terra – Trás-os-Montes – onde exploro os sons tradicionais e cânticos das montanhas. É um trabalho que vejo como uma contribuição à minha base de influências com todas as aprendizagens que reuni durante estes últimos 15 anos. Ser mãe também me libertou de muitos estigmas e inseguranças, inspirando-me a criar muito mais livre de julgamento, é um enorme entusiasmo e prazer poder cantar as minhas raízes com tanta sede de liberdade”, admite.