Em vésperas de assinalar 3 décadas de carreira discográfica – a sua estreia, Spirit Dance, já data de 1993 – Nitin Sawhney continua a refletir sobre o seu presente e o futuro no seu mais recente álbum, uma profunda reflexão sobre uma particular condição humana que recebeu o auto-explicativo título Immigrants. O álbum foi lançado em 2021 através da Sony Music Masterworks e conta com a colaboração de uma série de artistas que se identificam como imigrantes, que são filhos de imigrantes ou que querem apoiar a causa dos que por múltiplas razões se encontram deslocados no mundo.
Sawhney, artista indo-britânico que tem erguido uma obra cujas bandas sonoras para TV e cinema, álbuns e concertos ao vivo cruzam fronteiras culturais, continua dessa forma a reflectir sobre uma problemática que já tinha inspirado o seu aclamado álbum de 1999 Beyond Skin e para isso contou com válidas e importantes contribuições de artistas como YVA, o cantor indiano de Qawwali Dhruv Sangari, a violoncelista britânico-Jamaicana Ayanna Witter-Johnson, a cantora egipcio-britânica Natacha Atlas, o rapper canadiano Spek ou a violinista alemã Anna Phoebe, entre outros.
Sobre esta delicada matéria, Sawhney explicou: “Nos últimos anos, assistiu-se a um nível sem precedentes de confusão política e representação negativa dos imigrantes nos principais países ocidentais. Estas representações estão em total desacordo com o benefício histórico da migração para a Europa, América do Norte e Australásia. Como artista, sempre evitei, tanto quanto possível, a política. Na música, as mensagens didáticas muito raramente exercem o mesmo poder que a expressão emocional. No entanto, tenho uma forte convicção – que cada recém-nascido tem o mesmo valor, independentemente de quem seja ou de onde venha.”
É essa nobre ideia que sustenta a sua digressão internacional com Immigrants que em 2022 visitará Portugal. Um espetáculo altamente emotivo e imperdível de um dos mais fundamentais artistas da sua geração.