A UGURU orgulha-se de poder contar com mais um extraordinário compositor no seu catálogo.
Pierre Aderne é um nome com uma carreira já bem sólida no Brasil, traduzida na edição de quatro álbuns – “Casa de Praia”, “Alto Mar”, “Doces Cariocas” e “Água Doce”. Mas a sua música é igualmente conhecida além fronteiras, tendo os seus discos sido também lançados no Japão e, claro, em Portugal. No nosso país, entretanto, os laços são ainda mais fortes: escreveu e cantou um dueto com a fadista Cuca Roseta, «Fado dos Barcos» (tema da última novela da TV Globo, “Aquele Beijo”) e ainda compôs um par de temas para dois álbuns de António Zambujo (um dos quais deu mesmo título a um álbum do cantor, “Guia”). Agora, é entre Nova Iorque e o Rio de Janeiro que o cantor estabelece as suas coordenadas criativas, servindo essas duas cidades para gravar o seu próximo trabalho que deverá levar o título de “Caboclo”.
Em abril próximo, o compositor atuará no Olympia de Paris, na abertura do concerto de Melody Gardot, para quem compôs e gravou um dueto. A acompanhá-lo neste espetáculo estará o grande pianista brasileiro Philippe Baden Powell (filho do notável guitarrista Baden Powell). Para além de Melody Gardot, Pierre também compôs e gravou com Madeleine Peyroux e colaborou com grandes músicos como Kenny Wollesen, Jesse Harris, Eivind Opswik, Vinícius Cantuária, Seu Jorge, Sara Tavares ou Márcio Faraco.
Pierre Aderne nasceu em Toulouse, França, mas foi criado no Rio de Janeiro desde o primeiro ano de idade. Ultimamente tem atuado bastante em Portugal (Sagres Surf Fest, primeira parte do concerto de Ben Harper no Pavilhão Atlântico, show cases em FNACS, e o Cool Jazz Fest do ano passado, ao lado de Madeleine Peyroux), ganhando amizade com artistas portugueses e africanos. A partir dessa proximidade, Aderne resolveu radicar-se em Lisboa onde se dedicou a filmar um documentário que mostra a relação musical entre Portugal, Brasil e África, a partir de tertúlias musicais nas suas casas do Rio de Janeiro e de Lisboa. Este trabalho estreou na TV Brasil e abriu o festival Rotas e Rituais no Cinema São Jorge. Em breve irá também passar na RTP divido em vários episódios.
Para além deste documentário, as tertúlias nas suas casas resultaram num disco de duetos, “Bem me quer mar me quer”, editado no ano passado. Este álbum conta com a participação de vários artistas portugueses e brasileiros como Jorge Palma, Sara Tavares, Mário Laginha, Daniel Jobim, JP Simões, Pedro Jóia, José Peixoto, Susana Félix, Gisela João, Júlio Resende, Mú Carvalho ou Couple Coffee, entre outros.
No início de março, Pierre Aderne esteve numa digressão conjunta com o compositor e cantor Vinícius Cantuária pelo norte de Portugal e Galiza.
“Brazilian Pierre Aderne’s way groovy bossa nova guitar licks are as smooth as a sweet mango on a parched tongue, his masculine vocals flirting around the ear only add to the sensation that you’re enjoying something extremely naughty”
Belinda Acosta – Austin Chronicle