João Pedro Pais – tour 2025/26

João Pedro Pais é conhecido por transformar o palco na sua casa e encantar o público com a sua música cativante e performances energéticas. Com uma carreira de mais de 25 anos, centenas de concertos, e cerca de 450 mil discos vendidos é um dos artistas mais queridos pelo público e está de regresso ao Casino do Estoril para um grande espetáculo.

O seu primeiro álbum, “Segredos”, lançado a 4 de novembro de 1997, foi precedido pelos sucessos “Ninguém é de Ninguém” e “Louco por Ti”, que ainda hoje são tocados nos seus concertos e cantados em uníssono pelo público que o acompanha.

Com êxitos como “Nada de Nada”, “Mentira” e “Não Há”, esta última premiada com dois Globos de Ouro, João Pedro Pais ganhou destaque na cena musical portuguesa garantindo, ao longo da sua carreira, uma relação muito especial com o público que tem retribuído sempre com concertos completamente esgotados em todo o país.

Recentemente, lançou o disco “Amor Urbano” e comemorou 25 anos de carreira no Coliseu Porto AGEAS e no Coliseu dos Recreios em Lisboa.

Laurent Filipe – Ode to Chet – 2022 Tour Portugal

ODE TO CHET – O PROJETO

“Conheci Chet Baker. Era um homem de poucas palavras.Cada vez mais virado para si mesmo, Chet parecia estar permanentemente à escuta de um som interior. À semelhança dos grandes artistas, toda a sua preocupação, e daí a sua arte, consistiu em transmitir cá para fora esse mesmo “som interior”. Quer fosse tocando, quer fosse cantando (a diferença é a mesma), ao dar voz a esse “som”, Chet reinventou as canções de Jazz (“standards”), envolvendo-as de um lirismo soprado, sofrido, e ao mesmo tempo cheio de beleza.”
Laurent Filipe

Eis o que diz, a propósito do CD « Ode to Chet » Artt Frank, baterista de Chet Baker durante mais de vinte anos :

… « quis escrever-te para te felicitar pela tua excelente homenagem ao Chet. A tua forma de tocar e de cantar são mesmo muito boas e sinto que soubeste captar a essência do Chet. E eu, mais do que ninguem, conhecia o Chet !! Excelente trabalho Laurent ! » (Artt Frank)

Lina_Camões

Chancela de Manifesto Interesse Cultural atribuída pelo Ministério da Cultura.

A multipremiada fadista LINA_ está de regresso com um novo e extraordinário trabalho editado mundialmente pela editora alemã Galileo Music em janeiro 2024. O título deste trabalho é LINA_ Fado Camões e tem sido aclamado pela crítica nacional e internacional, tendo atingido o nr #1 dos prestigiados tops europeus de World Music – World Music Charts Europe (Março), Transglobal World Music Charts Worldwide (Abril) e ainda “top of the world tracks” da revista britânica Songlines Magazine

Uma voz expressiva inconfundível. Uma música espaçosa assente no fado. Um trabalho de composição singular à volta da poesia de Camões. Eis “Fado Camões”, o novo álbum de LINA_ editado mundialmente a 19 de janeiro, pela editora alemã Galileo Music, depois de há três anos ter surpreendido o mundo ao lado do produtor e músico espanhol Raül Refree, num álbum com vista para Amália, celebrado nos palcos do globo. 

LINA_ regressa agora na companhia do produtor e músico britânico Justin Adams, naquele que acaba por ser um álbum mais pessoal, tendo como base a lírica de Camões, a composição de fados tradicionais e também da autoria da própria cantora. Segundo ela a ideia começou a tomar forma depois de se debruçar sobre a vida de Amália e de ter percebido que o poeta de que mais gostava era Camões. “Fiquei curiosa, quis conhecer mais, para além dos ‘Lusíadas’ ou dos ‘Sonetos’, e fui descobrindo que as temáticas de Camões – a mudança, a infância, o amor, o desamor ou a descrição da natureza – se podiam adaptar ao fado e às suas métricas.”   

Um encontro entre cantora e poeta que, um outro poeta e ensaísta, Nuno Júdice, descreve assim: “ 

Para cantar um poema perfeito, só uma voz perfeita. A forma como se conciliam fazem-nos ouvir, para lá dos tempos, dos instrumentos e das palavras o canto da própria poesia. É esse milagre que temos na voz de LINA_ e na recriação musical que encontramos nestas canções. Mais do que o fado, mais do que uma identidade portuguesa, é o regresso a esse espírito ibérico que caracterizou Portugal até ao século XVII que agora vemos renascer, com a pureza sem preconceitos de uma interpretação em que o português e o galego se unem em total harmonia, como na origem galaico-portuguesa das duas línguas, hoje autónomas.” 

Existem justificadas expectativas sobre este novo trabalho, depois dos reconhecimentos do anterior registo – álbum do ano para a World Music Chart de 2020 ou Prémio Carlos do Carmo 2021, entre muitos outros – abrindo-se agora um novo capítulo ao lado de Justin Adams, músico, compositor e produtor, conhecido por produções para Robert Plant, Rachid Taha, Tinariwen, Jah Wooble ou Souad Massi, ou pelas colaborações com nomes distintos como Brian Eno ou Sinead O’ Connor. Numa frase: alguém que sempre esteve comprometido com essa ideia de misturar o tradicional com elementos contemporâneos. Tendo crescido no Egipto, promoveu o encontro dos blues com as dinâmicas tradicionais da música do Magrebe, sendo agora essas influências transportadas para o trabalho com LINA_ 

Não surpreende que a voz e os acordes da guitarra portuguesa, que nos remetem para o fado, coabitem com um certo balanço e clima africanizado, como em “Quando vos veria”, ou “In labirinto”, com a presença subtil da percussão por entre a voz, ou no lado solto de “Desencontro”, enquanto em “O que temo e o que desejo”, um dueto com o Asturiano agitador folklórico Rodrigo Cuevas, é um insinuante ritmo latino que se encontra com os acordes do fado. 

É, ao mesmo tempo, uma nova e uma familiar LINA_ que entrevemos no novo trabalho. A elegância despojada do passado recente, ainda está lá, mas agora existe uma nova espacialidade, onde a voz sobressai por entre piano, guitarra e quase silêncio, criando outros cenários, com a dor, justeza e dignidade, a par, como em “Desamor” ou “Senhora minha”. Em “Amor é um fogo que se arde sem se ver”, a voz de LINA_ suspende-se, numa atmosfera quase próxima do silêncio, apenas alguns acordes de guitarra e uma névoa digital como suporte, enquanto em “Pois meus olhos não cansam de chorar”, são integrados ruídos concretos por entre notas de piano, com a poesia de Camões a revelar-se em cenários de melancolia, mas também de celebração. 

Em estúdio estiveram Pedro Viana,na guitarra portuguesa ,o inglês John Bagott, que já operou com os Massive Attack, Portishead ou Robert Plant, em piano e teclas, e Ianina Khmelik, em dois temas, no violino. 

“O Raul e o Justin têm essa curiosidade em descobrir ligações entre o tradicional e o contemporâneo, mas desta vez o processo foi diferente”, reflete Lina. “Neste caso fui eu que fiz em casa as ‘demos’ e idealizei os ambientes de cada música, surgindo depois os arranjos e os processos de produção. Foi árduo. Daí ser um disco assinado apenas por mim. Em relação ao anterior, este é mais debruçado na língua, na escrita, na poesia e na estrutura dos poemas do Camões que se podem unir ao fado. O outro tinha mais a ver com a música, o som, as texturas.” 

Uma obra mais pessoalizada, o que não significa, obviamente, um leque de colaborações menos importantes, como aconteceu com Amélia Muge, que para além de ser autora da música e letra da canção “Senhora minha”, constituiu uma voz importante na adaptação das letras. “Nada se faz sozinha”, diz LINA_. “A Amélia foi muito especial. O meu ombro neste caminho. As suas opiniões foram fundamentais. Aprendi imenso com ela.” 

Na digressão que terá início em janeiro, LINA_estará em voz, sintetizadores e percussão, Pedro Viana, em guitarra portuguesa, Ianina Khmelik, em violino, piano acústico e sintetizadores, prevendo-se que John Baggott também venha a estar presente em algumas datas. O que não invalida que LINA_ continue a actuar assiduamente no Clube de Fado, em Lisboa, onde é residente: “É um treino vocal e emocional”, como ela diz, para se alcançar resultados como os de “Fado Camões”, onde a sua expressão vocal, e a música, renovam o fado, e a alma de quem a ouve.  

 

 

LINA_ & JULES MAXWELL

Disco a editar em maio 2025 pela  Atlantic Curve (editora inglesa do grupo Shubert Music Publishing)

De cruzamentos e encontros resultam coisas novas, caminhos inusitados, sobretudo quando se trata de artistas abertos à colaboração e ao estímulo alheio. E são esses, certamente, os casos de Lina_ e Jules Maxwell. A artista portuguesa que tem obtido uma séria atenção internacional – traduzida em inúmeros concertos, prémios e elogios da imprensa global – quer pelo trabalho que desenvolveu com Raül Refree um álbum de homenagem a Amália Rodrigues, quer agora com o premiadíssimo  ”Fado Camões”, produzido por Justin Adams e com a participação de John Baggott (Massive Atack e Portishead), num distinto universo sonoro que deu ao fado um novo fôlego.
De igual maneira, Jules Maxwell tem sido protagonista de aplaudidos projectos que resultam de criativos encontros: com a cantora Lisa Gerrard, que o mundo conhece como a alma dos Dead Can Dance, ou com o aclamado projecto internacional Le Mystère de Voix Bulgares, por exemplo. O produtor e compositor irlandês tem trabalhado em vários domínios, da folk e da electrónica, à ópera e às bandas sonoras, sempre com enorme reconhecimento. Agora depois de ”Burn“ o álbum conceptual que juntou Lisa Gerrard e Jules Maxwell, o trabalho é retomado com Lina_ e Jules, o novo capítulo da sua carreira passa por um encontro com a fadista portuguesa Lina_.
Jules e Lina_ reuniram-se num lugar mágico, a espantosa Abadia de Malmesbury, construção do século XII situada em Wiltshire, Inglaterra, numa residência artística em que criaram novo material em conjunto, canções que exploram as invisíveis ligações entre o fado e a música da Irlanda, dois bons exemplos de uma tradução musical do lado mais melancólico da alma de dois povos. Este material inédito dará azo a um novo trabalho discográfico, mas também a um concerto em que essas ligações serão levadas mais longe, beneficiando da visão cinemática e ambiental de Jules Maxwell e da voz transparente e sublime de Lina_.

Luiz Caracol

Colaborador nato que parece viver para encontros com outros artistas, sobretudo em palco, Luiz Caracol é um multi-facetado artista que compõe, escreve e interpreta de forma muito própria. Caracol descreve-se como o resultado desses encontros com gente da África lusófona, do Brasil e de Portugal, pois claro. “O Zeca, o Fausto, o David Zé, o Ruy Mingas, o Caetano ou Gil ocupam espaços idênticos na minha formação artística”, explica. “A minha música”, conclui depois, “vive muito da ideia de mistura”. Com trabalhos lançados já em nome próprio, Luiz Caracol chegou a 2023 com vontade de olhar para o percurso já feito e pensar no que o futuro lhe poderia trazer. E na grande sala do mítico estúdio lisboeta Namouche – por onde ao longo das décadas passaram incontáveis músicos que ajudaram a escrever a nossa história – gravou ao vivo um conjunto de canções que marcam o seu percurso, do “Samba do Bairro” a “O Mundo” ou “Em Marcha”, temas que integravam “Devagar”, a sua estreia em nome próprio de 2013, ou ainda “Metade”, “Não Quero”, “Tou Farto” e “Falhou na Dança”, canções de “Metade e Meia”, disco de 2017. Com arranjos novos, mas as palavras de sempre, e directamente inspirado pelos clássicos concertos da MTV Unplugged que o marcaram no início do seu percurso musical, este “Ao Vivo no Namouche” rendeu um disco e um espectáculo que foi transmitido pela RTP, vincando a qualidade de escrita e de interpretação que Luiz Caracol sempre depositou na sua música. Agora, num trio com Gus Liberdade e Pedro Carvalho – “todos multi- instrumentistas”, essas canções e algumas novidades mais dão corpo a um espectáculo que é uma vénia à multicultural vibração de Lisboa, cheio de histórias, melodias memoráveis e de uma fluidez que sobrevoa o Atlântico de forma quase mágica.

Manuel Fúria

 

Manuel Fúria está em 2024 como sempre esteve na música: inquieto e apaixonado, disposto ao risco e à novidade, intransigente no que toca à sua arte que vem, como sempre veio, já agora, de um sítio fundo dentro de si. O homem que ajudou a música portuguesa a experimentar novos rumos com a editora Amor Fúria, que liderou os Golpes e salvou Os Náufragos reinventou-se em 2022 com o pessoalíssimo e introspectivamente dançante “Os Perdedores”, um dos registos mais transparentes, desarmantes e honestos que a pop portuguesa gerou em muito tempo. “Um disco que não presta contas a nada nem a ninguém”, garante.

 

Esse trabalho, que mereceu intimistas e muito aplaudidas apresentações em Lisboa, Porto e Angra do Heroísmo, foi decisivo para Fúria se reencontrar. “Fechei as minhas contas nas redes sociais, desapareci e depois fiz esse espectáculo, mais pessoal e arriscado, e as pessoas parecem ter recebido bem essa música”. Manuel Fúria refere estar agora comprometido em dizer o que realmente considera ser importante e em usar a música de dança como uma fonte de soluções para dar brilho a essas ideias e palavras que sente como urgentes. James Murphy ou Mark Kozelek são modelos que ele mesmo aponta, inspirações que servem de estímulo ao que está a fazer e que quer apresentar no novo registo ainda em 2024. Em palco será ladeado por João Eleutério, uma novidade para quem sempre sonhou com bandas e com dinâmicas mais colectivas. Máquinas, ritmos, melodias e palavras que tanto fazem dançar, como pensar, é o que aí vem, portanto.

 

“Agora estou a fazer música de maneira diferente”, explica. “A mudança aconteceu n’Os Perdedores e não há volta a dar”. Ou seja, como sempre aconteceu, Manuel Fúria continua a ser um artista do “ou tudo ou tudo”. O “nada” nunca interessou. E continua a não interessar.

Canções de Amor em Abril


Não há nada mais revolucionário que o AMOR: ele traz felicidade, alegria, entusiasmo e doce transgressão. Ele é um cravo multipétalo, da cor da carne que se oferece ao outro. É um gesto de dádiva, de desapossamento: cria a semente da união, a união entre dois seres. É o primeiro dos movimentos coletivos.

Traz consigo mudanças e, claro, ânsias, receios, segredos e medos. Por vezes dói: o AMOR é um sentimento tão total e tão avassalador que nada fica nunca mais na mesma dentro de nós. É tão precioso e tão poderoso que, quando se perde, dói perdê-lo. Mas é transformador, faz-nos crescer. O triunfo do AMOR é riqueza tamanha que não pode ser reduzida a palavras comezinhas: mesmo quando morre, tem de ser grandioso.

Cabe aos poetas encontrar palavras para o silêncio, e à música ser o corpo que vibra e fala, apaixonadamente, com mãos e lábios que cantam, mordem e gritam as suas palavras de desordem. A nossa revolução começa com uma canção de AMOR: E Depois do Adeus. Fomos à procura das canções e dos poemas que lhe pudessem dar as mãos e formar essa grande roda de amor de que o mundo tanto precisa: AMOR entre pessoas, entre familiares, entre amigos, entre gentes, entre povos, entre a humanidade e a natureza.

Este é um espetáculo militante do AMOR, que se quer belo e progressista, num inesgotável Abril em flor. É preciso a(r)mar as armas do AMOR.
Maria João

Maria João_Revolution

Edição Galileu prevista para 28 fevereiro 2025

Maria João acaba de gravar um novo trabalho em celebração dos seus 40 anos de carreira. Um disco de retorno às raízes, gravado entre Moçambique e Lisboa; em Moçambique contou com a participação de alguns músicos locais e com a gravação de um coro maravilhoso e que deixará marca neste trabalho. O disco conta com a produção do mestre da eletrónica, Luis Fernandes.
A história sempre em aberto de Maria João, traz-nos o Maria João Revolution, uma forma agregadora da artista se mostrar plural, encaixando os seus diferentes interesses numa nova visão que pode partir do jazz e chegar à eletrónica numa só canção, reduzir o cenário para a sua voz às notas de um piano ou procurar inovadoras soluções para a sua ultra versátil voz. Em disco, a Maria João Revolution vai tocar nas múltiplas estéticas que a cantora sempre abraçou, com novo reportório que promete surpreender. Mas será no palco que a Maria João começará por se mostrar, com uma flexível formação capaz de se adaptar a diferentes espaços e contextos, mas sempre com o mais inventivo espírito de aventura a guiar-lhe a criativa abordagem a alguns dos mais significativos momentos da sua celebrada carreira. Um espectáculo para conquistar novos públicos e agradar aos fãs de sempre.

O nome de Maria João está indelevelmente ligado à história do jazz nacional. Há exatamente 40 anos, em 1983, a sua estreia na Orfeu com o homónimo registo do Quinteto Maria João marcava o início de um singular trajeto que a afirmou como uma das figuras de proa da cena musical nacional, estatuto que ainda hoje mantém graças a uma permanente capacidade de reinvenção e a uma incessante procura por novos e estimulantes caminhos artísticos. Pode mesmo dizer-se que a obra de Maria João, artista total, resulta de um estado de permanente revolução, uma manifestação de liberdade que a levou das mais fundas tradições acústicas aos presentes e futuros eletrónicos com a mesma desenvoltura.
Nestas intensas 4 décadas de caminhada, Maria João nunca descansou e desafiou-se em permanência: dirigiu o seu próprio quinteto, militou no coletivo Ogre, estabeleceu longas parcerias com músicos como o pianista Mário Laginha ou o contrabaixista Carlos Bica – com quem, aliás, acaba de lançar novo trabalho -, e gravou ainda abundantemente com artistas internacionais como a pianista japonesa Aki Takase, Joe Zawinul e Trilok Gurtu e nacionais como os já mencionados Carlos Bica e Mário Laginha, ou Laurent Filipe, António Pinho Vargas, Jorge Palma, José Peixoto, Julio Pereira, André Mehmari e tantos outros.

Com uma longa história feita a pisar palcos de prestígio nos cinco continentes e a receber múltiplas distinções por parte da imprensa e da indústria internacionais sendo-lhe sempre reconhecida a versatilidade, originalidade e inventividade musical, valores que carrega consigo para cada novo capítulo da sua carreira, Maria João continua a olhar em frente. E quatro décadas depois de ter começado a documentar em disco a sua desmedida paixão pela música, Maria João continua em busca de novos desafios que lhe permitam continuar a dar plena voz à imaginação. Um caso absolutamente único.

Maria João e Carlos Bica

Maria João e Carlos Bica são dois artistas incontornáveis do jazz português. A colaboração entre estas duas referências do jazz português remonta aos anos 80 e ficou registada nos álbuns “Conversa” (1986) e “Sol” (1991). Após 10 anos a tocarem juntos e muitos concertos por todo o mundo, os seus caminhos separaram-se. Agora, 25 anos depois, voltam a juntar-se com a cumplicidade de Gonçalo Neto (guitarra) e João Farinha (piano e teclas), dois dos mais talentosos músicos de uma nova geração de músicos portugueses, para partilhar as canções do mundo em palco.

Maria João, cantora com um estilo próprio, tornou-se uma referência no domínio da música improvisada. Uma capacidade vocal notável e uma intensidade interpretativa singular valeram-lhe não só o reconhecimento internacional como também um lugar na galeria das melhores cantoras da atualidade. Unânimes no aplauso, crítica e público têm-na apelidado de “uma voz levada às últimas consequências”, declarando-a “uma cantora que não pára de evoluir”. A carreira de Maria João tem sido marcada pela sua participação nos mais prestigiados festivais de música do mundo. É também a única artista portuguesa a ser nomeada para o Prémio Europeu de Jazz.

Carlos Bica é um dos poucos músicos portugueses que alcançou projeção internacional e se tornou uma referência no panorama do Jazz europeu. Entre os vários projectos musicais que lidera e para além das suas participações noutras áreas como o teatro, o cinema e a dança, o seu trio AZUL, com o guitarrista Frank Möbus e o baterista Jim Black, tornou-se a imagem de marca do contrabaixista e compositor.

Maria João & André Mehmari

A música é sempre a melhor ponte para diminuir as distâncias e promover grandes parcerias. E para comprovar essa teoria, Portugal, será o cenário para o grande encontro entre a cantora portuguesa Maria João e o pianista e compositor brasileiro André Mehmari. Um espetáculo cheio de surpresas e sonhos, que promete compor um novo capítulo na história deste duo.

No repertório, músicas inéditas de Mehmari que foram compostas especialmente para seu duo com Maria João, lançadas no álbum editado em setembro pela Galileo Music Alemanha, com letras criadas pela própria Maria João.

Um espectáculo inédito com novidades e com algumas canções da dupla Guinga/Aldir Blanc que o duo já interpretou em concertos anteriores, e que se tornaram referências estéticas para os artistas. Aldir, aliás, figura como um padrinho da dupla, já que “O Sonho” é a parceria entre Mehmari e Blanc, encomendada por Maria João para seu álbum “A Poesia de Aldir Blanc” (label  Sesc).

Sobre Maria João

A carreira de Maria João tem sido pautada pela participação nos mais conceituados festivais de música do mundo. Um percurso iniciado na Escola de Jazz do Hot Clube de Portugal e que, em poucos anos, extrapolou fronteiras, fazendo de Maria João uma das poucas cantoras portuguesas aclamadas globalmente. O reconhecimento oficial da divulgação da cultura portuguesa pelo mundo valeu-lhe a comenda da ordem do Infante D. Henrique pelas mãos do presidente Jorge Sampaio. É também a única artista portuguesa a ter sido nomeada para o European Jazz Prize juntamente com Jamie Cullum e Bobo Stenson.

Possuidora de um estilo único tornou-se num ponto de referência no difícil e competitivo campo da música improvisada. Uma capacidade vocal notável e uma intensidade interpretativa singular valeram-lhe, não só o reconhecimento internacional, como a figuração na galeria das melhores cantoras da atualidade. Da sua parceria com o pianista Mário Laginha, de entre os 13 discos gravados, destacam-se: “Cor” dedicado às culturas do Índico; “Lobos, Raposas e Coiotes” com a Filarmônica de Hannover e ainda “Chorinho Feliz”.

O percurso discográfico de Maria João, no entanto, é bastante mais longo: lançou o seu primeiro álbum, “Quinteto de Maria João”, em 1983 e logo aí conquistou um justo lugar de destaque no panorama nacional. Seguiram-se mais dois registos com o quinteto, ainda na década de 80, e depois foi avançando na carreira com encontros diversos com artistas como Aki Takase, Carlos Bica e outros. A sua ampla capacidade artística levou-a a ser chamada por outros artistas de renome internacional como Bobo Stenson, Bobby McFerrin, Egberto Gismonti, Gilberto Gil, Joe Zawinul, Laureen Newton, Lenine, Guinga, Trilok Gurtu, Ralph Towner ou Manu Katché, entre muitos outros.

Em conjunto com o seus trabalho com Mário Laginha, em 2009 abraçou o projeto Ogre, que conta com a participação dos músicos João Farinha (piano e teclados), Júlio Resende (piano), Joel Silva (bateria) e André Nascimento (eletrónica). Com esta formação, uma vez mais, a cantora voa para novas paragens, explorando os sons eletrónicos em canções do seu repertório ou versões de outros autores. A banda Ogre já passou por salas como Hot Club de Lisboa, CCB, Onda Jazz ou Fábrica Braço de Prata e estreou-se em disco em 2012 com “Eletrodoméstico”, registo a que se somaram mais quatro álbuns incluindo “Songs For Shakespeare”, trabalho editado já em 2022. Já depois disso voltou a trabalhar de perto com o contrabaixista Carlos Bica co quem lançou, em 2023, o aclamado “Close To You”.

A capacidade de inovação, a sua livre flutuação entre géneros e o espírito de aventura permanente renovado fazem da carreira de Maria João, que já leva quatro décadas, um exemplo de permanente frescura e uma fonte inesgotável de surpresas. Umam marca rara só ao alcance das grandes artistas.

Sobre André Mehmari

André Mehmari é considerado um dos maiores expoentes da música criativa brasileira contemporânea e sua vasta produção é absolutamente singular, indo do piano solo ao jazz e à ópera, ao choro, passando pela música orquestral e de câmara, até canções populares em mais de cinquenta e cinco álbuns lançados desde 1998, muitos deles produzidos em seu próprio Estúdio Monteverdi, localizado no coração da Mata Atlântica.

Nascido na cidade de Niterói-RJ em 1977 e criado em Ribeirão Preto-SP, tornou-se conhecido pelo grande público ao vencer a primeira edição do Prémio Visa de MPB, já estabelecido em São Paulo capital. Duas vezes nomeado para o Grammy Latino,  André teve as suas composições e arranjos tocados por muitos grupos orquestrais e de câmara, no Brasil e no exterior.

Participou como solista em mais de quarenta países e em importantes festivais de jazz como o Chivas Jazz, o Heineken Concerts, TIM Festival, Spoleto Festival USA (André Mehmari Trio), Juan Les Pins (França), Umbria Jazz (Itália) além de numerosas tournés nos EUA, Europa e Japão.

Atuou como pianista ao lado de Antônio Meneses, Emmanuele Baldini, Maria Bethânia, Milton Nascimento, Sérgio Santos, Hamilton de Holanda, Ná Ozzetti, Guinga, Mônica Salmaso, Mário Laginha, Maria João Grancha, Makoto Ozone, Toninho Horta, Fafá de Belém e Alaíde Costa, dentre muitos outros nomes de destaque no cenário brasileiro e internacional, transcendendo com elegância e brilhantismo géneros e barreiras estilísticas.

Paralelamente às tournés, produziu também música para balets e trilhas sonoras para documentários, séries e filmes.

Em 2022 foi triplamente galardoado no Prémio Profissionais da Música e em 2023 estreou a ópera O Machete e o Concerto para Violoncelo, recebendo o Grande Prémio Concerto pela sua intensa produção de música clássica naquele ano